sábado, 31 de julho de 2010

William Blake


William Blake (Londres, 28 de novembro de 1757 — Londres, 12 de agosto de 1827) foi um poeta, pintor inglês, sendo sua pintura definida como pintura fantástica, e tipógrafo.

Blake viveu num período significativo da história, marcado pelo Iluminismo e pela Revolução Industrial na Inglaterra. A literatura estava no auge do que se pode chamar de clássico "augustano"", uma espécie de paraíso para os conformados às convenções sociais, mas não para Blake que, nesse sentido era romântico, "enxergava o que muitos se negavam a ver: a pobreza, a injustiça social, a negatividade do poder da Igreja Anglicana e do estado.
Trabalhos

Blake escreveu e ilustrou mais de vinte livros, incluindo "O livro de Jó" da Bíblia, "A Divina Comédia" de Dante Alighieri - trabalho interrompido pela sua morte - além de títulos de grandes artistas britânicos de sua época. Muitos de seus trabalhos foram marcados pelos seus fortes ideais libertários, principalmente nos poemas do livro Songs of Innocence and of Experience ("Canções da Inocência e da Experiência"), onde ele apontava a igreja da inglaterra e a alta sociedade como exploradores dos fracos.

No primeiro volume de poemas, Canções da inocência (1789), aparecem traços de misticismo. Cinco anos depois, Blake retoma o tema com Canções da experiência, estabelecendo uma relação dialética com o volume anterior, acentuando a malignidade da sociedade. Inicialmente publicados em separado, os dois volumes são depois impressos em Canções da inocência e da experiência - Revelando os dois estados opostos da alma humana.

William Blake expressa sua recusa ao autoritarismo em Não há religião natural e Todas as religiões são uma só, textos em prosa publicados em 1788. Em 1790, publicou sua prosa mais conhecida, O matrimônio do céu e do inferno, em que formula uma posição religiosa e política revolucionária na época: "a negação da realidade da matéria, da punição eterna e da autoridade"..[2]

Apesar de seu talento, o trabalho de gravador era muito concorrido em sua época, e os livros de Blake eram considerados estranhos pela maioria. Devido a isto, Blake nunca alcançou fama significativa, vivendo muito próximo à pobreza
Em Auguries of Innocence os versos iniciais deste trabalho sintetizam a grandeza de seu pensamento: "To see a World in a Grain of Sand / and a Heaven in a Wild Flower" (Ver um mundo num grão de areia / e o céu numa flor silvestre).

Quem sabe?!


Eu sigo-te e tu foges. É este o meu destino:
Beber o fel amargo em luminosa taça,
Chorar amargamente um beijo teu, divino,
E rir olhando o vulto altivo da desgraça!
Tu foges-me, e eu sigo o teu olhar bendito;
Por mais que fujas sempre, um sonho há de alcançar-te
Se um sonho pode andar por todo o infinito,
De que serve fugir se um sonho há de encontrar-te?!
Demais, nem eu talvez, perceba se o amor
É este perseguir de raiva, de furor,
Com que eu te sigo assim como os rafeiros leais.
Ou se é então a fuga eterna, misteriosa,
Com que me foges sempre, ó noite tenebrosa!
……………………………………..
Por me fugires, sim, talvez me queiras mais!
Florbela Espanca - Trocando olhares - 08/07/1916

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A Carta do Cacique Seattle, em 1855


Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. A carta:

"O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.
Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.
Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.
Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."

Para recordar .Vale a pena!

Anthony Quinn em 64, com 49 anos, e em 99, com 84 anos, dançando Zorba.

Quem assistiu o filme vai adorar rever !

Sugiro que vejam primeiro o original de 64 e depois a homenagem aos 84 anos.

The original dance in 1964

http://www.youtube.com/watch_popup?v=bXxJyIVz-98


Anthony Quinn at 84 (1999) and Mikis Theodorakis

Click here: http://www.youtube.com/watch_popup?v=CKHlmb5xcq8

Convite para Exposição de reabertura do Atelier Livre


Convite para Exposição de reabertura do Atelier Livre - "Formas e Cores, Cheiros e Sabores". repassem




Prorrogadas as inscrições e adiada a data da exposição.


Projeto para exposição de
Reabertura do Atelier Livre



“Formas e cores, cheiros e sabores”

Dia 31 de agosto de 2010 17 hs
Saguão do Atelier Livre

Inscrição gratuita: na secretaria do Atelier Livre ou pelo email alivrecomunica@gmail.com

Até o dia 27 de agosto.

Após a exposição os livros e objetos serão devorados pelos participantes.
As fotos dos Objetos Comestíveis ou Livros de Artista comestíveis e da performance do devorar das obras serão colocadas no Blog do Atelier Livre. Cada participante receberá um comprovante de participação.
Serão concedidas menções honrosas para o livro de artista mais criativo, o mais saboroso e o menos comestível.



Convocatória


"Atelier Livre com Formas e cores,
Cheiros e sabores"


Venha à nossa festa, traga:

OBJETOS COMESTÍVEIS ou LIVROS DE ARTISTA comestíveis.

Brinque, cozinhe, decore, cheire, folheie, pinte e borde e depois devore...

Tema: formas e cores, cheiros e sabores.
Tamanho livre
Produtos utilizados na Obra: livre, mas produzidos com alimentos que não prejudiquem a saúde.

Inscrição: Entrega de projeto na Secretaria do Atelier Livre ou via internet para o email alivrecomunica@gmail.com, com memorial descritivo, onde devem constar os produtos utilizados para fazer a obra e suas dimensões, nome do participante, endereço e email.
Data da Inscrição: até 27/08
A Obra deve ser entregue no dia da exposição até as 14 h, no Atelier Livre.
Endereço: Erico Veríssimo, 307, Menino Deus
Porto Alegre


Olhe lá, você será o primeiro a devorar o seu próprio livro!

Júri: um artista plástico da comunidade e um professor do Atelier Livre.
A exposição com seus participantes e premiados será divulgada no Blog do Atelier Livre.


Fragmento de um texto de Monteiro Lobato: A reforma da natureza.
“– [...] Que acha que devemos fazer para a reforma dos livros?
A Rãzinha pensou, pensou e não se lembrou de nada.
- Não sei. Parecem-me bem como estão.
- Pois eu tenho uma idéia muito boa – disse Emília. – Fazer o livro comestível.
- Que história é essa?
- Muito simples. Em vez de impressos em papel de madeira, que só é comestível para o caruncho, eu farei os livros impressos em um papel fabricado de trigo e muito bem temperado. A tinta será estudada pelos químicos – uma tinta que não faça mal para o estômago. O leitor vai lendo o livro e comendo as folhas; lê uma, rasga-a e come. Quando chega ao fim da leitura, está almoçado ou jantado. Que tal?
A rãzinha gostou tanto da idéia que até lambeu os beiços.
- Ótimo Emília! Isto é mais que uma idéia-mãe. E cada capítulo do livro será feito com papel de um certo gosto. As primeiras páginas terão gosto de sopa; as seguintes terão gosto de salada, de assado, de arroz, de tutu de feijão com torresmos. As últimas serão as da sobremesa – gosto de manjar-branco, de pudim de laranja, de doce de batata.
- E as folhas do índice – disse Emília – terão gosto de café, serão o cafezinho final do leitor. Dizem que o livro é o pão do espírito. Por que não ser também pão do corpo? As vantagens seriam imensas. Poderiam ser vendidos nas padarias e confeitarias, ou entregues de manhã pelas carrocinhas, juntamente com o pão e o leite.
- Nem precisaria mais pão, Emília! O velho pão viraria livro. O Livro-Pão, o Pão-Livro! Quem souber ler lê o livro e depois come; quem não souber ler come-o só, sem ler. Desse modo o livro pode ter entrada em todas as casas, seja dos sábios, seja dos analfabetos. Otimíssima idéia, Emília!
- Sim – disse esta muito satisfeita com o entusiasmo da Rã. – Porque, afinal de contas, isso de fazer os livros só comíveis para o caruncho é bobagem – podemos fazê-los comestíveis para nós também.
- E quem essa idéia a você, Emília?
- Foi o raciocínio. O livro existe para ser lido, não é? Mas depois que o lemos e ficamos com toda a história na cabeça, o livro se torna uma inutilidade na casa. Ora, tornando-se comestível, diminuímos uma inutilidade.
- E quando a gente quiser reler um livro?
- Compra outro, do mesmo modo que compramos outro pão todos os dias.
A idéia, depois de discutida em todos os seus aspectos, foi aprovada, e Emília reformou toda a biblioteca de Dona Benta. Fez um papel gostosíssimo e de muito fácil digestão, com sabor e cheiro bastante variados, de modo que todos os paladares se satisfizessem. Só não reformou os dicionários e outros livros de consulta. Emília pensava em tudo.” (p.37-38).

Exemplos de livros de artista comestíveis:


"Books With Scallion Staples and Scallion Thread" by Rachel Ingold

Booklava by Ann Howington












Atelier Livre
Rua Erico Ver?ssimo, 307
Menino Deus - Porto Alegre
Fones: 3289.8057 - 3289.8058
Fax: 3289.8080
E-mail: alivre@smc.prefpoa.com.br

quarta-feira, 28 de julho de 2010

domingo, 25 de julho de 2010

Recriando Klimt


Recriando Klimt
» News / por Zupi

Referência no mundo da pintura, Gustav Klimt serviu de inspiração para o belo ensaio abaixo, realizado pelo estúdio espanhol Kattaca, que propôs uma releitura dos quadros do artista em versão fotográfica.

Mantendo o universo onírico, delicado e sensual construído pelo austríaco, as composições mostram que belas obras de arte jamais envelhecem.

http://www.zupi.com.br/index.php/site_zupi/view/recriando_klim

Trailer do Filme: Cartas para Julieta

http://www.youtube.com/watch?v=QRKdG9Y3K4w

Filme "Cartas Para Julieta"


Sophie (Amanda Seyfried), uma garota americana que vai passar as férias na Itália, descobre uma cartão não respondida para Juliet, uma das milhares de longas cartas deixadas por um personagem de ficcção conhecido como amante de Verona que, normalmente, são respondidas pelas secretárias de Juliet. A garota, então, sai em busca dos amantes destas cartas.

quinta-feira, 22 de julho de 2010


StudioClio realiza a exposição Babel de Frantz

No próximo sábado, dia 24 de julho às 11h, a Microgaleria Arte Acessível do StudioClio realiza a vernissagem de lançamento da exposição Babel de Frantz. Com curadoria de Blanca Brites e Leandro Selister, as obras do artista ficarão em exposição na Microgaleria até o dia 28 de agosto.


Foto: Fabio del Re

Nesta exposição Frantz apresenta livros editados com materiais descartados de seu atelier e de outros artistas, tais como forrações de pisos, mesas e paredes, recortes de telas e outras sobras, que agora se tornam arte.

Vernissagem
Dia 24 de julho, sábado, às 11h

Visitação
De 26 de julho a 28 de agosto
De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h

Valores
Entrada Franca

Maiores informações pelo telefone 51 3254.7200.

Parceiro
Vinhos do Mundo

Frantz
Nasceu em Rio Pardo (RS) em 1963, e a partir de 1981 fixa residência em Porto Alegre, onde dedica-se às artes plásticas, desenvolvendo várias técnicas, como desenho, aquarela, gravura, mas dedicando-se mais intensamente a pintura.

INDIVIDUAIS: 2007 Fundação Vera Chaves Barcelos - Porto Alegre RS; 2006 Pinacoteca da Feevale - novo Hamburgo - RS; 2004 Casa de cultura Mario Quintana- Galeria Xico Stokinger-Porto Alegre- RS; 2001 Bolsa de Arte de Porto Alegre - RS, Galeria João Daudt d Oliveira - RS; 1990 Galerie Werkstat - Kiel - Alemanha; 1987 Galeria Macunaima - FUNARTE - RJ, Galeria Aloísio de Magalhães - PE ; 1982 Museu de Arte do Rio Grande do Sul - RS

COLETIVAS: 2001 Sobre Tela - Galeria do Instituto de Arte da UFGRS - RS, Sobre Tela - Galeria da Fevale - RS

PRÊMIOS: 1987 Salão Nacional - Funarte RJ; 1985 Salao Paranaense PR; 1982 Salão do Jovem Artista - RS

Fonte: Andréia Varga
StudioClio - Assessoria de Comunicação

segunda-feira, 19 de julho de 2010

domingo, 4 de julho de 2010