Conhecida como a primeira mulher matemática, Hipatia (370-415 d.C.) também foi filósofa, cientista e erudita. Nascida em Alexandria, foi criada por seu pai Teon, pois sua mãe morrera enquanto ela ainda era bebê. Professor universitário de matemática e importante astrônomo, ele supervisionou todos os aspectos da educação de Hipatia. Sob sua tutela, ela estudava matemática, ciência, literatura, filosofia e artes, e ainda praticava vigorosos exercícios diários com ele.
Depois de freqüentar uma escola em Atenas em que Plutarco (46-120 d.C.) lecionava, Hipatia voltou a Alexandria e se tornou professora da universidade, onde se diz que ela ocupou a cadeira de filosofia platônica. Hipatia era considerada um tipo de oráculo, e alunos de diversas partes do país iam a Alexandria para assistir às suas palestras inspiradoras sobre matemática e para estudar com ela.
Quase tudo o que se sabe sobre Hipatia vem das cartas que ela escreveu para um de seus alunos, Sinesius de Cirene, da Grécia, que posteriormente em 411, se tornou bispo de Ptolomaida. Hipatia sugeriu que Sinesius medisse as posições das estrelas e dos planetas com um astrolábio e um planisfério, instrumentos astronômicos que ela havía projetado.
Acredita-se que Hipatia, que manteve as tradições religiosas da Grécia apesar de o cristianismo ser a fé dominante em Alexandria, tenha sido vítima de uma disputa de poder entre seu amigo Orestes, o prefeito romano do Egito, e Cirilo, o patriarca cristão de Alexandria, que se comprometera a eliminar aquilo que ele considerava crenças religiosas heréticas. Inflamada por Cirilo, uma multidão a raptou e a assassinou em 415 d.C.
Alguns historiadores consideram a morte de Hipatia o marco do fim da era dourada da matemática grega. Duzentos anos mais tarde, Alexandria foi destruída pelos árabes, pondo fim à tradição acadêmica de mil anos da Universidade de Alexandria.
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